A Estrada Real
A Estrada Real é um conjunto de caminhos históricos que foi inaugurada no século XVIII. Durante o período colonial brasileiro, desempenhava um papel crucial como rota oficial da Coroa Portuguesa para o transporte de ouro e diamantes. Esses tesouros eram extraídos da região mineradora no interior de Minas Gerais e, posteriormente, transportados até o litoral fluminense, de onde seguiam para Portugal.

Hoje, com mais de 1.630 km de extensão, a Estrada Real é não apenas uma das rotas mais emblemáticas, mas também a maior rota turística do Brasil. Ela conecta a história colonial do Brasil com a riqueza natural e cultural dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
A rota é composta por quatro caminhos distintos: o Caminho Velho, o Caminho Novo, o Caminho dos Diamantes e o Caminho Sabarabuçu, cada qual oferecendo suas próprias histórias e belezas para serem exploradas.
Atualmente, a Estrada Real se destaca como um símbolo de aventura e descoberta, permitindo que os caminhos sejam percorridos de diversas formas. Seja de carro, moto, bicicleta, a pé ou até mesmo a cavalo. A escolha do meio de transporte depende do ritmo e da experiência que cada viajante busca.
Esta flexibilidade na forma de exploração garante que cada jornada pela Estrada Real seja única e memorável.
Os Caminhos da Estrada Real
Caminho Velho
Também conhecido como Caminho do Ouro, o Caminho Velho é a rota mais antiga, aberta oficialmente pela Coroa Portuguesa, utilizada desde o século XVIII para escoar o ouro extraído do interior de Minas Gerais até o litoral fluminense.
Com 710 km de extensão, ligava Ouro Preto (antiga Vila Rica) a Paraty, na época, um importante porto no litoral brasileiro.
Hoje, transformado em rota turística, o percurso leva os viajantes por diversas cidades históricas como Ouro Preto, Mariana, São João Del Rei, Tiradentes e Paraty, com trechos de asfalto, calçamento, trilha e estrada de terra.
Ouro Preto, a antiga capital de Minas Gerais, é o ponto inicial do Caminho Velho e proporciona uma profunda imersão histórica, com a maior preservação arquitetônica e cultural da rota. Além de museus, igrejas barrocas e a famosa Praça Tiradentes, Ouro Preto conta com uma imensa riqueza cultural e histórica, sendo a primeira cidade brasileira a receber o título de Patrimônio Mundial da UNESCO em 1980.
Ao longo do Caminho Velho, é possível encontrar inúmeros exemplares preservados da arquitetura colonial, como casarões, igrejas e pontes, que testemunham a grandiosidade do período áureo da mineração.

Caminho Novo

É o mais caminho jovem da Estrada Real, criado entre 1698 e 1725 com o objetivo de ser uma alternativa mais rápida e fácil ao Caminho Velho, para o transporte de ouro e diamantes de Ouro Preto até o porto da cidade do Rio de Janeiro.
Este percurso, possui 515 km de extensão, intercalando trechos de asfalto, de trilhas e estrada de terra.
Apesar de ser mais recente, o Caminho Novo também carrega uma importante carga histórica e cultural. Além disso, ele guarda diversos elementos da época das bandeiras e primeiras explorações do território, o que o torna uma rota essencial para compreender a formação do Brasil colonial.
Ao longo deste caminho, é possível encontrar cidades históricas como Ouro Branco, Conselheiro Lafaiete, Barbacena, Santos Dumont e Juiz de Fora.
Entretanto, uma das cidades mais conhecidas no Caminho Novo é Petrópolis, no Rio de Janeiro, famosa por seu clima ameno e belas montanhas
Assim como no Caminho Velho, viajar pelo Caminho Novo é uma experiência de imersão na história da mineração e expansão do território brasileiro no período colonial. Além disso, há a possibilidade de conhecer a arquitetura e cultura das cidades por onde passa.
Caminho dos Diamantes
Esta rota de 400 km foi criada com o propósito de ligar a sede da Capitania, Ouro Preto, à principal cidade de exploração de diamantes, Diamantina. A partir de 1729, a rota ganhou significativa importância devido ao destaque das pedras preciosas extraídas em Diamantina, que se tornou o principal centro de exploração de diamantes durante o período colonial. Consequentemente, isso teve um impacto considerável nas economias brasileira e portuguesa.
O caminho passa por asfaltos, trilhas e estradas de terra, possibilitando, assim, conhecer cidades históricas como Diamantina, Serro e Ouro Preto, que possuem rica arquitetura colonial e cultura preservada.
Além do aspecto histórico, o Caminho dos Diamantes se destaca ainda mais pelas suas deslumbrantes belezas naturais. Suas paisagens exuberantes são de tirar o fôlego, oferecendo assim, uma experiência visual incomparável.
Portanto, o Caminho dos Diamantes carrega uma importante carga histórica relacionada à extração e escoamento de diamantes no período colonial.

Caminho Sabarabuçu
O Caminho do Sabarabuçu, é cercado por esplêndidas paisagens de montanha e lendas que permeiam o imaginário popular.
Estendendo-se por 160 km entre trilhas e estrada de terra, é um convite a experiências únicas, abrangendo desde a beleza do turismo natural até a riqueza do patrimônio histórico, cultural e religioso.
Embora esta rota seja menos conhecida comparada às outras, ela possui grande importância. Seu surgimento se deu quando as serras da região eram encaradas como fontes de riquezas inimagináveis, prometendo ouro e pedras preciosas aos que ousassem explorá-las. A origem dessa lenda remonta ao brilho singular da Serra da Piedade (conhecida no passado como Pico de Sabarabuçu), cujo cume reluzente não era ouro, mas sim minério de ferro, que capturava e refletia os raios solares.
Na busca pela serra cintilante, os bandeirantes desbravaram uma rota alternativa, ligando Ouro Preto a Barão de Cocais, nascendo assim o Caminho de Sabarabuçu, que tem na Serra da Piedade, um de seus pontos mais emblemáticos.
Sendo assim, o Caminho do Sabarabuçu é um mosaico de atrações turísticas que se estendem do natural ao histórico, cultural e religioso, passando por cidades como Ouro Preto, Glaura e Sabará. Cada trecho é um convite a descobrir igrejas, casarões, festas religiosas, gastronomia típica mineira e artesanatos. É, sem dúvida, um verdadeiro mergulho na cultura, história e na fé que definem a região.
Instituto Estrada Real
O Instituto Estrada Real é uma organização não governamental, que foi criada em 1999 e é responsável por organizar, fomentar e gerenciar o turismo ao longo da Estrada Real.
O Instituto transformou os antigos Caminhos da Estrada Real em uma rota turística reconhecida, preservando o patrimônio histórico e cultural e, consequentemente, estimulando o desenvolvimento local.

Adicionalmente, ao percorrer esses caminhos, os viajantes têm a oportunidade de conhecer a rica história e cultura do Brasil durante o período colonial, com sua bela arquitetura, gastronomia renomada, estâncias hidro-minerais, belezas naturais e muito mais.
Passaporte da Estrada Real

O Passaporte é uma forma lúdica de documentar a jornada pela Estrada Real, e foi criado para estimular o turismo e o conhecimento histórico-cultural ao longo dos quatro caminhos.
É possível adquiri-lo nos formatos físico e digital. Para o formato físico, é necessário preencher um cadastro e retirá-lo em um dos pontos de apoio. Posteriormente, basta levar 1 kg de alimento não perecível e trocá-lo pelo passaporte. Por outro lado, para ter o passaporte no formato digital, basta baixar o aplicativo Estrada Real e se registrar.
É possível carimbar o passaporte físico em vários pontos oficiais distribuídos ao longo dessas rotas. Dessa maneira, o viajante marca as localidades visitadas. No formato digital, por sua vez, basta estar em uma das cidades da Estrada Real e fazer o check-in no aplicativo.
Como Retirar o Passaporte Físico da Estrada Real
É muito simples. Basta preencher o cadastro no site ou no aplicativo do Instituto Estrada Real. Em seguida, será enviado um e-mail de confirmação contendo um número de passaporte gerado pelo sistema. Caso não receba esse e-mail, é só entrar em contato com o instituto através do e-mail passaporteestradareal@fiemg.com.br ou pelo telefone (31) 3263-4765, informando seu CPF.
Após esse processo, apresente o e-mail de confirmação (impresso ou digital) em um dos pontos de retirada do passaporte, juntamente com 1 kg de alimento não perecível, para retirá-lo.
Para visualizar as cidades e os pontos de retirada do Passaporte da Estrada Real, além dos locais onde você pode carimbá-lo, clique aqui.
Carimbo e Certificado da Estrada Real
Existem diversos pontos de carimbo espalhados pelas cidades e distritos da Estrada Real, tais como secretarias de turismo, pousadas, restaurantes, entre outros. Nestes locais, é possível carimbar o passaporte.
Para realizar o carimbo, basta apresentá-lo em um desses pontos durante a viagem e solicitar que seja carimbado.
Após completar um número mínimo de carimbos em um destes caminhos, você pode solicitar o certificado através do site ou do aplicativo do Instituto da Estrada Real.
Entretanto, para obter o certificado, é necessário carimbar o passaporte com um número mínimo de pontos diferentes em cada um dos quatro caminhos da Estrada Real.
- Caminho dos Diamantes: 10 carimbos
- Caminho Novo: 8 carimbos
- Caminho Velho: 14 carimbos
- Caminho de Sabarabuçu: 4 carimbos


Certificado Especial
Ao percorrer e completar todos os Caminhos da Estrada Real (Diamantes, Velho, Novo e Sabarabuçu), e ao obter a contagem mínima de carimbos em cada trajeto, o viajante poderá solicitar um Certificado Especial de conclusão dos quatro caminhos. Este complexo turístico é administrado pelo Instituto Estrada Real.
Então, ao viajar pelos caminhos da Estrada Real, fique atento aos pontos oficiais de carimbo, para ir marcando em seu passaporte e conquistar os certificados de cada caminho percorrido.
Marcos da Estrada Real

Ao longo da Estrada Real, existem vários totens de concreto, conhecidos como Marcos da Estrada Real. Estes pilares servem para sinalizar as rotas e guiar os viajantes, destacando pontos importantes do trajeto.
Os marcos possuem uma identidade visual padronizada e são colocados em locais estratégicos, como cruzamentos, bifurcações ou onde há dúvidas sobre a continuação da trilha.
Para se orientar pelo marco, o viajante deve seguir pelo lado em que ele estiver posicionado: se à esquerda da via, siga pela esquerda; se à direita, siga pela direita.
Todos os marcos têm entalhado à sua frente o traçado da Estrada Real, indicando geograficamente em qual localidade você está.
A placa triangular metálica instalada abaixo do marco contém informações sobre qual dos quatro caminhos o viajante está, além da distância até a próxima cidade da rota, a latitude, longitude e altitude do local, e ocasionalmente dados históricos sobre a área.

Os marcos são parte essencial dos esforços para manter viva a herança cultural das rotas da Estrada Real e proporcionar uma experiência enriquecedora para os visitantes.
Infelizmente, muitos destes marcos estão vandalizados e também sofrem com a falta de manutenção. Além disso, alguns deles podem estar encobertos pela vegetação.
Número de Marcos em cada um dos Caminhos:
- Caminho dos Diamantes – 358
- Caminho do Sabarabuçu – 224
- Caminho Velho – 794
- Caminho Novo – 520
Atrações Turísticas da Estrada Real

As cidades localizadas na Estrada Real são conhecidas principalmente por sua arquitetura colonial, igrejas barrocas e museus como o Museu da Inconfidência em Ouro Preto, ou o Instituto Inhotim em Brumadinho.
Entretanto, podemos encontrar outros tipos de atrações como em Paraty, que além de suas ruas de pedra, igrejas históricas, também tem uma bela orla marítima que seduz a todos os viajantes.
Já em Petrópolis, a famosa “Cidade Imperial”, inserida no Caminho Novo, podemos ver atrações modernas como o Palácio de Cristal, ou até arquitetura no estilo neogótico francês, como a Catedral de São Pedro de Alcântara, e claro, sem deixar de mencionar o renomado Museu Imperial e o Castelo de Itaipava.
Portanto, as cidades da Estrada Real oferecem uma rica experiência cultural e histórica aos visitantes, com uma diversidade de atrações patrimoniais, naturais e gastronômicas.
Algumas Atrações da Estrada Real
- Igreja de São Francisco de Assis
- Museu da Inconfidência
- Mina da Passagem
- Matriz de Santo Antônio
- Chafariz de São José
- Passeio de Maria Fumaça
- Casa de Juscelino Kubitschek
- Cachoeira da Sentinela
- Mercado dos Tropeiros
- Vesperata
- Centro Histórico
- Passeio de Barco
- Capela de Santa Rita
- Forte Defensor Perpétuo
- Santuário do Bom Jesus de Matosinhos
- Museu de Congonhas
- Igreja de São Francisco de Assis
- Museu Ferroviário
- Estação Ferroviária
- Praça Minas Gerais
- Mina da Passagem
- Santuário do Caraça
- Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição
- Igreja de Nossa Senhora do Ó
- Museu do Ouro
- Instituto Inhotim
- Igreja Nossa Senhora da Piedade


Essas atrações oferecem uma rica experiência cultural, histórica e natural ao longo da Estrada Real, ideal para quem deseja conhecer mais sobre a história do Brasil e suas belezas naturais.